quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Por que a Stock Car apanha no Ibope?

Stock Car

Por Rodrigo Borges, do Esporte Fino.

A informação é de @borrachatv, twitteiro bem informado sobre as questões de audiência de TV. A prova deste domingo (8/11) da Stock Car ficou na terceira posição no Ibope, tanto no Rio quanto em São Paulo.

Na capital paulista, SBT teve média 9,3, a Record ficou com 7,6 e a Globo cravou 6. No Rio, 12, 7 e 4,8, respectivamente. A Stock Car é um fiasco na TV mesmo tendo, há anos, exposição de mídia inédita em sua história. Simplesmente porque a televisão tornou a categoria uma porcaria.

A Stock Car nunca teve uma audiência espetacular. Na Band, que transmitiu a competição durante anos, flertava com o traço. Mas ficar em terceiro lugar na Globo é bem pior que dar traço na Band. A Stock Car não tem graça. E telespectador não é idiota. Há muito mais interessados em automobilismo do que esta audiência ridícula. Mas é gente que não aceita ser enganada. Que sabe o que quer ver.

A Stock Car tinha um delicioso apelo na era pré-Globo. Na pista havia apenas uma marca de carro, mas um carro que você poderia ver na rua. Primeiro, o Opala. Depois, Ômega. Na terceira fase, Astra. Eram carros de rua, adaptados para as pistas. Havia uma identificação direta com o público.

Hoje, não há carros de rua na pista. São carros com chassis tubulares cobertos por bolhas de fibra. E são apenas estas bolhas que imitam o Astra e o Peugeot 307. A Stock sempre foi lugar de garagistas, gente que pisava na lama, que sabia abrir o capô e mexer no carro. Gente como Ingo Hoffmann, Paulo Gomes, Zequinha Giaffone. Quantos pilotos hoje saberiam identificar uma dúzia de peças no motor?

A Stock Car é limpinha, cheia de patrocinadores importantes, cheia de camarotes de empresas. Mas perdeu sua essência, a competição. As corridas quase sempre são chatas, monótonas. No fim da década passada, a Globo salvou uma categoria que havia perdido o apoio da GM, mas transformou a Stock Car em um show sem tesão.

A Stock Car tem pilotos famosos, tem jovens pilotos, mas tem disputas baseadas em batidas que vão muito além dos toques normais em competições de turismo. Chega, muitas vezes, ao limite da desonestidade. Ultrapassa este limite. A Stock Car ficou chata demais. Virou uma exibição. E, enquanto for assim, vai perder na audiência para Exaltasamba e Mr. Bean.

Nenhum comentário:

Postar um comentário